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SOBRE NÓS

O Bloco das Pretas é uma frente de mulheres negras do Coletivo de Estudantes Negrxs e tem sua atuação na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais . Nosso Bloco nasceu em 2013, com o intuito de visibilizar a luta das mulheres negras na Marcha de Mulheres, realizada no dia Internacional das Mulheres. Além disso, sentimos a necessidade de discutir especificamente sobre as demandas das mulheres negras dentro dos movimentos negrxs, pautando uma luta que reconheça a interseccionalidade presente nas opressões a que as mulheres negras estão submetidas. A partir daí, buscamos fazer interlocução com os movimentos de mulheres negras e xs negrxs em movimento em BH e região metropolitana, nas ruas, universidades, vilas, favelas e ocupações. Nossa luta busca valorizar e resgatar os valores ancestrais comuns a nosso povo negro e, a partir daí, reconstruirmos uma sociedade que rompa com o padrão europeu, arbitrariamente imposto, e que combata toda a forma de preconceito.
 

O que é SANKOFA? Por que o tomamos como símbolo?

 

“Nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou atrás”.

 

 

 

Sankofa (Sanko = voltar; fa = buscar, trazer) origina-se de um provérbio tradicional entre os povos de língua Akan da África Ocidental, em Gana, Togo e Costa do Marfim. Em Akan “se wo were fi na wosan kofa a yenki” pode ser traduzido por “não é tabu voltar atrás e buscar o que esqueceu”. Como um símbolo Adinkra, Sankofa pode ser representado como um pássaro mítico que voa para frente, tendo a cabeça voltada para trás e carregando no seu bico um ovo: o futuro. Também se apresenta como um desenho similar ao coração ocidental. Sankofa é, assim, uma realização do eu, individual e coletivo. O que quer que seja que tenha sido perdido, esquecido, renunciado ou privado, pode ser reclamado, reavivado, preservado ou perpetuado. Ele representa os conceitos de auto-identidade e redefinição. Simboliza uma compreensão do destino individual e da identidade coletiva do grupo cultural. É parte do conhecimento dos povos africanos, expressando a busca de sabedoria em aprender com o passado para entender o presente e moldar o futuro. Desvela, assim, desde a experiência africana e diaspórica, uma abertura para a heterogeneidade real do saber humano, para que nós possamos observar o mundo de formas diferentes. Em suma, perceber os nossos problemas de outros modos e com outros saberes. Em tempos de homogeneização, essa é a maior riqueza que um povo pode possuir.

 

(Revista SANKOFA de História da África e de Estudos da Diáspora Africana)

 

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